30 August 2015

Nadejda Malhuguina

Em criança, eu ia todo verão com meus pais geólogos numa expedição. É bem verdade que eles não investigavam a imensidão da Sibéria nem o Polo Norte, deixando-se ficar pela banal região dos arredores de Moscou. Mas para uma menina de 5, 6, 7 anos, ela não era menos misteriosa e infinita que aqueles lugares longínquos. As tendas, a fogueira, as canções acompanhadas no violão. Os homens despenteados e a cheirar a fumo, com os rostos curtidos por causa do vento que nos ensinavam a fazer essas mesmas fogueiras, orientar-se no mato ou no campo, a caçar e a pescar, contavam-nos como encontravam água e marcavam a madeira.

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